15 dezembro 2021

Pintura: tipos, composição e classificação

 

Introdução

Na construção civil a pintura representa uma operação de grande importância, uma vez que as áreas pintadas são, normalmente, muito extensas, implicando num alto custo. Há uma tendência natural em considerar a pintura uma operação de decoração, porém, além de decorar ela protege o substrato(corpo que recebe a camada de pintura), a tinta pode oferecer melhor higienização dos ambientes, servindo também para sinalizar, identificar, isolar termicamente, controlar luminosidade e podendo ainda ter suas cores utilizadas para influir psicologicamente sobre as pessoas.


Definição

Tinta é um composto na forma líquida, aquosa ou em gel, que quando aplicado sobre uma superfície, forma um filme transparente ou opaco, aderente ao substrato e flexível, com finalidade de proteger e decorar a superfície e proporcionar uma melhor qualidade de vida aos ambientes construídos.


Composição das Tintas

Pigmento

Substâncias sólidas, insolúveis, orgânicas ou inorgânicas, e que dão ao filme seco as propriedades de cor, cobertura, resistência aos agentes químicos e à corrosão

Propriedades do pigmento:

  1. Opacidade;
  2. Poder corante
  3. Estabilidade à luz
  4. Estabilidade ao calor
  5. Estabilidade aos agentes de corrosão ou propriedades anti-corrosivas.
O pigmento, além destas propriedades, também é responsável, pelas propriedades mecânicas, de brilho, de resistência aos produtos químicos e ao envelhecimento.

Classificação do pigmento quanto a natureza química:
  1. Metálicos
  2. Inorgânicos
  3. Orgânicos

Veículo

Auxilia no ajuste da viscosidade bem como veículo dos demais componentes, podendo, se dosados adequadamente, facilitar a aplicação das tintas.

O veículo pode ser Volátil (solventes e diluentes) e também pode ser não volátil (óleos e resinas)

Características do veículo volátil:

  1. Evapora durante o processo de secagem
  2. Reduzir a viscosidade e facilitar a aplicação
  3. Homogeneidade à película
  4. Melhorar a adesão à base e atuar sobre a secagem
Características do veículo não-volátil:
  1. Permitem a formação da película sólida
  2. É responsável pela adesão e secagem, durabilidade e resistência química e mecânica da pintura
Solventes:
São líquidos voláteis que permitem dissolver a resina possibilitando a obtenção do veículo, também são responsáveis pelo aspecto das tintas.

Diluentes:
Líquidos adicionado aos solventes com o objetivo de melhoras as características de aplicação.

Principais solventes e diluentes 

  1. Água
  2. Hidrocarbonetos (alifáticos, aromáticos, naftalénicos)
  3. Solventes oxigenados (álcoóis, cetonas éter, esteres)
  4. Solventes clorados (cloreto de metileno, tetracloreto, etc.)
  5. Thinner

Óleos:
Substância líquidas de aspecto viscoso.

Resinas:

  1. Substância termo-plástica e termo-endurecível.
  2. Má condutora de eletricidade
  3. Insolúvel em água
  4. Podem ser naturais, sintéticas e artificiais

Qual motivo da pintura?

Todas as superfícies sofrem algum tipo de desgaste com o passar do tempo, seja devido ao uso, intemperismo natural ou outros agentes externos. Entre essas superfícies têm-se os metais que sofrem os efeitos da corrosão, a madeira que acaba apodrecendo, empenando ou rachando e a alvenaria que absorve água e acaba trincando. 


Substrato

É a superfície em que a tinta vai aderir. As superfícies mais comuns são:



  • Alvenaria
  • Chapisco
  • Emboço
  • Reboco
  • Madeira
  • Metais

 

Resinas

As resinas mais empregadas são as:

  • Acrílica
  • PVA
  • Alquídica
  • Epóxidica
  • Poliester
  • Borracha clorada

 

Função das tintas

  • Proteger
  • Decorar
  • Manutenção
Com relação a proteção a camada de pintura funciona com uma camada que desgastará antes que o substrato seja atingido.


Proteções e suas superfícies:

Revestimentos de argamassa: protege contra o esfarelamento e ação da umidade, reduz a absorção de água, inibe a formação de fungos e bolores.

Madeira: reduz a absorção de água e protege contra as ações da intempéries, do fogo e da água.

Metais: combate a corrosão da oxidação.

Alvenaria aparente: reduz a absorção de água.


Função decorativa:

Trata-se de outra função da tinta que é decorar, assim ela dá aparência por meio de cores, brilho, matizes e texturas.

Escolhendo a cor

A coral e outras marca possuem uma sistema de combinação de cores para teste, abaixo segue alguns links para esta visualização.

CORAL
http://tools.deco.akzonobel.com/colourtools/br/mousepainter/loader.htm

SUVINIL
https://www.suvinil.com.br/SimuladorV2/

IQUINI
http://www.tintasiquine.com.br/simulador-ambientes.php

LUKSCOLOR
http://lukscolor.com.br/simulador/

ETC...

O EPI (Equipamento de Proteção Individual) : definições e tipos

 


Equipamento de proteção individual (EPI)

Como o próprio nome diz, é o equipamento destinado à proteção de um individuo, sendo assim, é necessário que cada trabalhador da obra use o seu EPI, também verificando as condições do ambiente para a utilização do equipamento correto que venha a protegê-lo de alguma fatalidade.

Os equipamentos de proteção individual são regulamentados pela NR6 do Ministério do trabalho, esta norma define que EPI é todo dispositivo de uso individual, destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador. Os equipamentos são fornecidos pela empresa contratante com as seguintes obrigações:
·         Fornecer equipamento compatível com o serviço em execução;
·         Exigir o uso do EPI;
·         Entregar ao trabalhador apenas os equipamentos aprovados pelo órgão nacional competente;
  • ·         Capacitar os funcionários quanto ao uso e conservação do EPI;
  • ·         Fornecer novo equipamento quando danificado ou extraviado;
  • ·         Realizar manutenção e higienização periódica;
  • ·         Comunicar ao ministério do trabalho alguma irregularidade;
  • ·         Registrar a entrega do equipamento ao trabalhador.


No entanto as obrigações quanto à questão do EPI não são designadas apenas para empresa, o empregado também tem as suas obrigações como podemos ver a seguir:
·         Usar o EPI para finalidade ao qual se destina;
·         Guardar e conserva o equipamento;
·         Em caso de impossibilidade de uso, o empregado deve alerta ao empregador;
·         Cumprir o recomendado pela empresa no que diz respeito ao uso adequado.

A designação do EPI a ser utilizado cabe ao engenheiro de segurança do trabalho que considera os seguintes aspectos na indicação do equipamento correto:
·         Riscos que o serviço oferece;
·         Condições de trabalho;
·         Parte do corpo que necessita de proteção;
·         Definir quem deve usar o EPI.

Na execução de edificações comumente são utilizados os equipamentos mostrados abaixo:

CAPACETE

Este equipamento tem a função de proteger o crânio contra impactos mecânicos, como ilustra a Foto 15.
 
Foto 15: Capacete para proteção do crânio
Fonte: http://www.distribuidoraclavery.com.br

ÓCULOS, PROTETOR FACIAL E MÁSCARA DE SOLDA
Estes equipamentos são utilizados para proteção de olhas e face contra impactos mecânicos, excesso de luz, radiação ultravioleta, radiação infravermelha e respingos de produtos químicos. As fotos 15, 16 e 17 abaixo ilustram os equipamentos:




Fotos 15: Óculos de proteção
Fonte: http://www.casadosepis.com.br/produtos.php?cat=7

Fotos 16: Protetor facial
Fonte: http://www.ggkitborrachas.com.br

Fotos 17: Máscara de solda
Fonte: http://www.palaciodasferramentas.com.br

PROTEÇÃO AUDITIVA
Para este tipo de proteção deve-se considerar ao nível de ruído sonoro ao qual o trabalhador está exposto. Ruídos acima de 85 dB são utilizados protetores auditivos circum-auricular, de inserção e semi-auricular. Não se devem permitir funcionários em lugares que ocorra ruídos acima de 115 dB, acesso a lugar com esse elevado fator agressivo só é permitido com a devida proteção, já que estudos estimam que ruídos entre 90 e 100 dB sejam o máximo tolerado pelo sistema auditivo sem que exista dano. As fotos 18 e 19 abaixo ilustram os protetores mais comuns.
Foto 18: Protetor auricular tipo concha
Fonte: http://segurancaesaudedotrabalho.blogspot.com.br

Foto 19: Protetor auricular tipo plug de três flanges
Fonte: http://www.lojamaxipas.com.br/cat/protetores_auriculares/232.html


PROTEÇÃO DO SISTEMA RESPIRATÓRIO

Os equipamentos utilizados para a proteção respiratória são discriminados de acordo com os agentes agressores ou o percentual da concentração de oxigênio. Normalmente na construção de edificações eles são empregados para proteger contra poeiras, névoas, fumos e gases emanados de produtos químicos como o solvente das tintas, porém, existem outros equipamentos mais específicos como o respirador de fuga que protege de condições de escape de atmosfera imediatamente perigosa à vida e à saúde ou em casos em que a concentração de oxigênio seja inferior a 18%. As fotos 20 e 21 a seguir ilustram os equipamentos mais utilizados para proteção das vias respiratórias.

Foto 20: Máscara descartável para névoas e poeiras
Fonte: http://www.ciadoepi.com.br

Foto 21: Respirador Purificador de Ar Tipo para Fuga
Fonte: http://www.wana.com.br


PROTEÇÃO DO TRONCO

São equipamentos utilizados para evitar danos de origem térmica, mecânica, química, radioativa, meteorológica e umidade. Na construção de edificações estes equipamentos são pouco utilizados, apenas o avental de segurança é que ainda é visualizada em obras, principalmente nos serviços de preparação da armação da estrutura de vigas, pilares, lajes, fundações ou outra parte que se faz necessário. A Foto 22 a seguir ilustra o avental citado anteriormente.

Foto 22: Avental para proteção do tronco
Fonte: http://intrab.com.br

PROTEÇÃO PARA MEMBROS SUPERIORES

O equipamento mais comum utilizado em obras que protege parte dos membros superiores é a luva, ela protege apenas a mão contra choques elétricos, choques mecânicos, perfurações, cortes, radiações, agentes biológicos e químicos, a Foto 23 ilustra este equipamento essencial e bastante utilizado.

Foto 23: Luvas de segurança
Fonte: http://mundialprotecao.blogspot.com.br

No entanto, a luva não é o único equipamento de proteção dos membros superiores, existe também o creme protetor, este não é muito utilizado por questões culturais dos trabalhadores e até mesmo vergonha, pois ocorre ainda nos dias de hoje, um machismo muito grande na indústria da construção civil. Deve-se implantar um programa educacional quanto a esta problemática, tendo em vista que vários serviços são realizados a céu aberto, onde se observa a incidência de raios ultravioletas em muitos casos durante toda a jornada diária de trabalho.

A manga de segurança é outro equipamento que pode ser utilizado na construção de edificações, porém, dificilmente enxerga-se este já que a grande maioria dos serviços não necessita deste cuidado. A Foto 24 abaixo ilustra o equipamento.

Foto 24: Manga de segurança
Fonte: http://www.villeprotecao.com.br


PROTEÇÃO PARA MEMBROS INFERIORES

Existem diversos equipamentos para proteção dos membros inferiores, no entanto, o mais comum e um dos EPI mais utilizados é a bota de couro que protege contra impacto mecânico, perfurações, cortes etc. A Foto 25 mostra a bota que normalmente é utilizada em construções.

Foto 25: Bota de couro
Fonte: http://www.royalmaquinas.com.br

PROTEÇÃO DO CORPO INTEIRO

Essa proteção é pouco utilizada em edificações, normalmente usa-se a capa de chuva transparente em dias chuvosos em que se trabalhe a céu aberto. A Foto 26 ilustra a capa de chuva.

Foto 26: Capa para proteção contra chuva
Fonte: http://www.protesil.com.br

PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS EM ALTURA

Os equipamentos comumente utilizados na execução de edificações verticais são o cinto paraquedista e o dispositivo trava quedas, ambos trabalham em conjunto para evitar o deslocamento vertical plausível de dano a saúde do trabalhador. As Fotos 27 e 28 mostram os dois equipamentos.

Foto 27: Cinto paraquedista
Fonte: http://www.impactomg.com.br

Foto 28: Trava quedas
Fonte: http://www.delupo.com.br

Segurança do Trabalho na construção civil

 


Sobre a Segurança do trabalho

Com a revolução industrial muito se prosperou na produção de manufaturados, porém, os acidentes de trabalho também acompanharam o novo ritmo de produção chegando a torna-se uma questão de saúde pública. No Brasil a revolução industrial chegou em torno de 1930 e em 1970, já liderávamos a lista de países com maiores quantidades de acidentes no trabalho.

Segurança no trabalho visa medidas e providências que devem ser tomadas com intuito de proteger ou diminuir os danos a integridade física e mental dos funcionários. As empresas contratam profissionais de segurança devido à obrigatoriedade da lei, porém, muitos não visualizam a necessidade disto como instrumento para melhoria do produto, da produtividade e da satisfação do funcionário.

A enorme quantidade de acidentes do trabalho no setor da construção civil resultou na edição da Norma Regulamentadora nº 18 (NR 18) do Ministério do Trabalho que determina as Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção Civil. A NR 18 estabelece as condições mínimas para a instalação das áreas de vivência no canteiro de obras e parâmetros relacionados extinção ou diminuição do perigo ao trabalhador. Apesar de estar em vigor a mais de 16 anos, ainda hoje muitas empresas não conseguem ou não tem interesse, por falta de conhecimento, em se adequar às exigências da legislação, por isto, a construção civil é responsável pela maioria dos casos de acidentes no trabalho.

As questões de segurança devem ser contempladas de forma continua e visualizar o modo de produção da empresa. Realizando uma análise dos riscos, custos, processos e produtos, faz-se necessário promover medidas de proteção para operários com base em detalhes e especificações. As soluções devem ser incorporadas ao Programa de Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção Civil (PCMAT), item obrigatório segundo a NR 18 para todo e qualquer canteiro de obra que possua um número igual ou superior a vinte funcionários.

O PCMAT deve ser elaborado por profissional legalmente habilitado, como recomenda as NR´s, na área de segurança do trabalho, este programa deve permanecer no canteiro e implantado pela empresa responsável pela obra. O objetivo principal do PCMAT é propiciar segurança para as inúmeras etapas da obra, e como o andamento desta muitas vezes aparece situações diferenciadas, decorrente da necessidade da produção ou não, o programa pode ser revisado e modificado. “Os sistemas de gerenciamento ambiental, de qualidade, de segurança e saúde no trabalho devem ser integrados e gerenciados pelo responsável pela obra”.

A gestão de segurança no trabalho é todo um processo formado por várias etapas, no qual é realizado por profissionais especializados da SESMT (Sistema de gestão de segurança do trabalho) e visam promover segurança e saúde aos trabalhadores de diversos setores como órgãos públicos, empresas privadas, pública, sociedade mista ou outras organizações que assumam seus trabalhadores como empregados.

O grupo de trabalho responsável pela segurança no trabalho é constituído por profissionais de diversas áreas, como engenheiros, médicos, enfermeiros e técnicos. Além destes profissionais, qualquer trabalhador pode se relacionar com as questões de segurança por meio da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) que também tem o objetivo de manter a saúde e a segurança do trabalhador.

Empregados que trabalham sobre o regime da CLT é obrigado a criar uma Comissão interna de prevenção de acidentes (CIPA), esta é responsável por alertar a SESMT e ao empregador sobre os riscos de acidentes ou os já ocorridos e pedir atuação em algum lugar do trabalho com possíveis riscos aos trabalhadores, confeccionar o mapa de risco e também realizar campanhas preventivas quanto segurança e doenças ocupacionais. Participam da CIPA os funcionários de diversos setores com prioridade ao que ocorre mais acidente ou possuem maiores riscos

O Brasil esta entre os 10 países que mais ocorrem acidentes no trabalho, porém este fato não é novidade, pois não é algo recente ver o Brasil no topo da lista dos campeões de acidentes, uma vez que em 1970 nosso país era o líder em acidentes trabalhistas. Dentro das estatísticas destaca-se a construção civil que centraliza a grande maioria dos acidentados e um dos campos de destaque são as edificações que proporcionam diversas condições de risco às vezes pela dificuldade da obra ou pela questão cultural das pessoas presente neste ambiente.

A causa da grande maioria dos acidentes é a falta de respeito ou de providências indicadas nas normas regulamentadoras. A NR 18 estabelece as condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção, esta mostra os parâmetros de referência para proteção do trabalhador ou aqueles que venham a diminuir os riscos causados pelo ambiente de trabalho.

Devido à falta de cultura organizacional de várias empresas brasileiras e com o aquecimento acelerado da construção civil, o crescimento dos acidentes no ambiente de trabalho tem crescido com destaque neste setor, apresentando um crescimento de 60% das mortes (Simões, 2010).

Os diversos acidentes ocorridos na construção civil trazem questionamentos aos gestores sobre a necessidade de programas de implantação e manutenção de prevenções no ambiente de trabalho, mas como recomenda as normas regulamentadoras, deve existir profissionais ligados a segurança do trabalho que muitas vezes são visualizados como custos desnecessários as empresas. Os custos com funcionários acidentados giram em torno de quatro vezes há sua hora parada (Martins, 2004), estes podem não ser os únicos ônus presentes no problema, caso ocorra danos as máquinas, equipamentos e ferramentas, além disto, ocorrendo paralisação em itens essências a produção os prejuízos se potencializam. Os custos não se podem especificar com precisão, mas sabe-se que Brasil gasta em torno de “2% do total de sua receita do seguro acidente do trabalho para o desenvolvimento de programas de prevenção de acidentes e os 98% restantes são destinados à recuperação do trabalhador acidentado”.

Os problemas de ordem financeira não são os únicos presentes na construção civil, como queda da produtividade, degradação da imagem da empresa executante da obra, prejuízos sociais com o governo federal que paga benefícios e gasta com questões hospitalares e de reabilitação, por outro lado, o acidentado que é o principal prejudicado da situação que sofre redução de rendimentos e alguns traumas psicológicos.

A contratação dos profissionais de segurança do trabalho para realização de treinamento, criação de programas de prevenção, fiscalização e outras atividades relacionadas ao seu campo de atuação é um investimento de baixo custo que evita custos altos no futuro e garante uma qualidade, motivação e ganho na produtividade no trabalho. Atualmente, isto são exigências de vários setores da sociedade, como clientes, trabalhadores e também legislativa que conduz a um bem estar para todos.

Com o objetivo de alcançar a diminuição ou extinção dos riscos aos funcionários, o trabalho deve começar na concepção e ir adiante às demais fases de projeto e planejamento, finalizando na execução e utilização. È nessas fases que a presença, cobrança e exemplo devem ser dados pelos gestores, criando uma cultura de qualidade, segurança e saúde ocupacional e não se ater apenas a custos.

Os acidentes de trabalho são responsabilidades dos administradores da empresa, isto vai de encontro com uma idéia ultrapassada de que os acidentes ocorrem devido aos descuidos dos trabalhadores, através de um gerenciamento bem realizado estima-se uma redução em torno de 33% dos acidentes trabalhista em canteiro de pequeno a médio porte (Martins, 2004).

Dentro dos grandes quantitativos de acidentes, os serventes são os que mais sofrem, em virtude dos inúmeros serviços aos quais eles são necessários, já que estes profissionais prestam serviços desde a escavação das fundações até o carregamento da ultima peça para o pedreiro ou outro profissional executar no edifício.

Passo a passo simples para Dimensionamento de fossa (Tanque séptico)

 A fossa é comumente utilizada no Brasil, uma vez que não possuímos uma rede coletora de esgoto em todos os bairros. O modelo mais comum de fossa é a prismática, mas permitido a construção em forma cilíndrica.


A norma que estabelece parâmetros para dimensionamento e execução é a NBR 13969 (Tanques sépticos - Unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos - Projeto, construção e operação).


Roteiro de dimensionamento de Fossa

Recomendo inicialmente fixar a largura na máxima possível, visando a execução de uma altura de escavação menor, lembrando que a largura mínima é de 0,80 m e que a relação de largura e cumprimento deve estar na faixa abaixo:

2 < L/C < 4



Lembrando que as faces externas da fossa devem estar distante de 1,50 m de qualquer construção.

Lembrando ainda a altura útil mínima e máxima que garante o bom funcionamento do tanque séptico conforme descrito na tabela abaixo:




O volume útil da vossa é calculado pela fórmula abaixo:

V=1000+N(C.T+K.Lf)

V = volume útil, em litros;
N = quantidades de pessoas;
C = contribuição de despejos (litros/pessoa x dia; ver tabela 3);
T = período de detenção em dias -Quantidade de pessoas x contribuição = resultado (ver na tabela 4 e compare o valor com os dias e as horas);
Lf = contribuição de lodos frescos (litros/pessoa x dia; ver tabela do coeficiente Lf);
K = taxa de acumulação de lodo digerido em dias (tabela do coeficiente K), escolhemos o intervalo de limpeza que é de 1 ano o que equivale a 57. (Devemos levar em consideração a temperatura do Estato brasileiro que será executado o tanque séptico.)



Tabela do coeficiente Lf



Tabela do coeficiente K




Exemplo

Dimensionamento de um tanque séptico para uma edificação com as seguintes características:


  1. Quatro apartamento se cada um destes possui dois quartos;
  2. A edificação é localizada na cidade de João Pessoa - PB;
  3. A edificação é residencial de padrão médio.

Das variáveis citadas teremos a seguinte situação:

  1. A quantidade de pessoas estimada é de 2 pessoas por quarto, logo calcula-se 2x4x2 = 16 pessoas (4 apartamentos e cada um com 2 quartos), pode-se acrescentar um zelador e um porteiro conforme a configuração da edificação;
  2. A contribuição de despejos (C) será de 130 litros /pessoa x dia, conforme a tabela 3 (residencial padrão médio);
  3. O período de detenção  (T) será obtido na tabela 4, primeiro deve-se calcular a vazão de esgoto que é a população x C = 16 x 130 = 2080 l/dia, com este valor acessamos a tabela e verificamos que estamos na segunda linha da tabela ("De 1501 a 3000) e cruzamos com a coluna correspondente a média de temperatura no mês mais frio, como trata-se da cidade de João Pessoa será utilizado a coluna que descreve "Maior que 25º C", com este cruzamento (linha x coluna) encontramos o valor de 0,83;
  4. A contribuição de lodos frescos é encontrado na coluna vizinha ao que encontramos o valor de "C", que neste caso acharemos o valor de Lf = 1,00;
  5. A taxa de acumulação do lodo digerido é obtido pela última tabela apresentada, como estamos em João Pessoa teremos a coluna em que a temperatura é maior que 20º ("t>20"), o intervalo de limpeza é determinado normalmente pelo calculista, eu irei escolher a linha que mostra o intervalo de limpeza a cada 5 anos para aumentar o período entre manutenções, porém, vale ressaltar que quanto maior o período de limpeza, maior será o volume do tanque séptico, com o cruzamento linha x coluna acharemos o valor de K = 217.
Pronto! agora é pura aplicação de formula:

V=1000+N(C.T+K.Lf)
V=1000+16(130x0,83+217x1,00)
V=6198,40 litros

Para um tanque prismático basta adequar conforme a disponibilidade:
  1. Primeiro vou fixar a altura minima útil em 1,20 m para evitar escavações maiores,
  2. Segundo vou fixar a largura em 1,50 m
  3. Agora é só aplicar a formula básica: V = L x C x h
6,2 m³ = 1,50 x C x 1,20
logo:
C = 3,44
Por questões construtivas adotarei C= 3,55
Logos o volume útil do tanque séptico será de 
C = 3,55 m
h = 1,20 m
L = 1,50 m
Que corresponde ao volume de 6390 litros.


Observação: Calculamos o volume ÚTIL, então devemos nos atentar as seguintes dimensões para detalhar o tanque séptico:

As paredes não estão inclusas no cálculo do volume útil, como cada parede tem em média 15 cm de espessura o comprimento e a largura do tanque será acrescido de 30 cm (duas paredes de cada lado).

Creal = 3,85 m
Lreal = 1,80 m

Já altura da fossa deve seguir alguns princípios construtivos como descrito no detalhe abaixo:




Seguindo os detalhes acima pelo mínimo exigido teremos:

c = 1/3 h = 1/3 x 1,20 = 0,40 m
c = 0,40 m
a = b = 5 cm
entrada da tubulação de esgoto supondo que se de 100 mm
contrapiso armado 20 cm
tampa da laje com 12 cm

Teremos então:

hreal = 0,20 (contrapiso) + 1,20 + 0,05 (conforme detalhe) + 0,10 (tubo de entrada) + 0,05 (a) + 0,05 (b) + 0,12 (laje da tampa)

hreal = 1,77 m



Espero ter ajudado e aguardo comentários, perguntas e sugestões.

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