16 maio 2025

Vantagens e Desvantagens do Concreto Usinado – Vale a Pena?

 Introdução

  • Breve explicação sobre o que é concreto usinado (concreto preparado em centrais especializadas e entregue pronto no caminhão betoneira).

  • Comparação rápida com o concreto feito em obra ("concreto virado na obra").

  • Objetivo do artigo: ajudar o leitor a decidir se vale a pena usar concreto usinado em seu projeto.




Vantagens do Concreto Usinado

1. Qualidade e Homogeneidade Garantidas

  • Produzido em centrais com controle rigoroso de dosagem (menos risco de erros).

  • Menos variações na resistência (evita problemas como trincas e fissuras).

2. Agilidade na Obra

  • Elimina a necessidade de misturar manualmente (economiza tempo e mão de obra).

  • Ideal para grandes volumes (lajes, vigas, fundações).

3. Redução de Desperdício

  • Quantidade calculada com precisão (evita sobras ou falta de material).

  • Menos perdas por manuseio incorreto.

4. Menos Custo com Mão de Obra

  • Não exige tantos trabalhadores para preparar o concreto.

  • Redução de horas extras em obras com prazos apertados.

5. Maior Resistência e Durabilidade

  • Aditivos podem ser incluídos para melhor desempenho (impermeabilizantes, aceleradores de pega, etc.).

  • Padronização conforme normas técnicas (ABNT, ASTM).


Desvantagens do Concreto Usinado

1. Custo Inicial Mais Alto
  • Pode ser mais caro que o concreto feito em obra (dependendo da região e do volume).

  • Necessidade de pedido mínimo em alguns fornecedores.

2. Logística e Planejamento Necessários

  • Obra deve estar preparada para receber o caminhão betoneira (acesso, espaço, equipe pronta).

  • Se houver atrasos, o concreto pode começar a endurecer no caminhão.

3. Prazo de Aplicação Limitado

  • Tempo de pega começa a contar após a saída da usina (geralmente 90 a 120 minutos).

  • Se houver imprevistos (como trânsito), pode perder trabalhabilidade.

4. Dificuldade em Pequenos Reparos

  • Não é viável para pequenas quantidades (ex.: remendos em calçadas).

  • Para ajustes, pode ser necessário complementar com concreto manual.


Quando Vale a Pena Usar Concreto Usinado?

  • Indicado para: Grandes obras, lajes, vigas, fundações, pisos industriais.

  • Não recomendado para: Pequenos reparos, reformas pontuais, locais de difícil acesso.


Dicas para Economizar com Concreto Usinado

  1. Peça orçamentos de várias centrais (preços variam conforme região).

  2. Planeje o cronograma para evitar desperdícios.

  3. Verifique a distância da usina até a obra (quanto mais longe, maior o risco de perda de qualidade).

  4. Opte por aditivos inteligentes (se necessário, para reduzir tempo de cura ou aumentar resistência).


Conclusão

  • Resumo das principais vantagens (qualidade, agilidade, redução de falhas).

  • Alertas sobre as desvantagens (custo, logística, prazos).

  • Chamada para ação: "Se sua obra é de médio/grande porte, o concreto usinado pode ser a melhor opção. Peça um orçamento e compare!"


15 maio 2025

Construção em lixão e as distancias para instalações hidrossanitárias

 

1. Distância Vertical e Horizontal em Relação ao Solo Contaminado

Não existe uma norma específica (como ABNT NBR) que defina um valor exato para todas as situações, mas as seguintes referências devem ser consideradas:

a) Distância Vertical (Profundidade)

  • Recomenda-se que as tubulações de água potável estejam a pelo menos 1,5 m acima ou abaixo da camada contaminada, dependendo da estratigrafia do terreno.

  • Se o lixão foi remediado e selado com uma camada impermeável (geomembrana + solo compactado), a tubulação pode passar acima, desde que não haja risco de infiltração.

  • Caso o solo ainda apresente gases (como metano) ou líquidos percolados (chorume), a tubulação deve ficar abaixo da zona de contaminação ou ser protegida por envoltória estanque.

b) Distância Horizontal (Afastamento Lateral)

  • Recomenda-se um afastamento mínimo de 5 a 10 metros da área contaminada, dependendo do tipo de resíduo e do nível de remediação.

  • Se a tubulação precisar cruzar a área, deve ser encaixotada em galeria estanque ou usar materiais resistentes à corrosão (como PEAD ou PVC com barreira química).


2. Normas Técnicas Relacionadas

Embora não haja uma NBR exclusiva para tubulações em lixões, as seguintes normas e documentos fornecem diretrizes:

a) ABNT NBR 12244 (Projeto de Sistemas de Esgotamento Sanitário)

  • Aborda distâncias mínimas entre redes de água e áreas contaminadas, embora não seja específica para lixões.

b) ABNT NBR 15527 (Água de Chuva - Aproveitamento em Áreas Urbanas)

  • Discute proteção contra contaminação em áreas com solo degradado.

c) ABNT NBR 13896 (Sistemas de Drenagem em Aterros Sanitários)

  • Trata de sistemas de drenagem em áreas de resíduos, o que pode ser adaptado para tubulações de água.

d) Resolução CONAMA nº 420/2009

  • Estabelece critérios para gerenciamento de áreas contaminadas e pode exigir estudos específicos para projetos de infraestrutura.

e) Manual de Saneamento da FUNASA (Fundação Nacional de Saúde)

  • Recomenda que tubulações de água mantenham distância segura de fontes de contaminação, como antigos lixões.


3. Medidas Adicionais de Proteção

Se a tubulação precisar passar próxima ou dentro da área contaminada:

  • Utilizar tubos com dupla parede (para detecção de vazamentos).

  • Instalar revestimentos anti-corrosivos (em casos de solo ácido ou com chorume).

  • Monitorar a qualidade da água com frequência.


Conclusão

Não há uma norma NBR que defina um valor único, mas recomenda-se:

  • Distância vertical mínima: 1,5 m da zona contaminada.

  • Distância horizontal mínima: 5 a 10 m (ou mais, dependendo do risco).

  • Proteção adicional: Encaixotamento, revestimento especial e monitoramento.

Para um projeto específico, consulte um engenheiro sanitarista/ambiental e os órgãos reguladores locais (como CETESB, FEAM, ou secretaria municipal de meio ambiente) para aprovação técnica.

13 maio 2025

Construção em lixão e os problemas para instalações elétricas

 

Principais Problemas nas Instalações Elétricas

1. Corrosão de Componentes Elétricos

  • Causas:

    • Presença de gases sulfurosos (H₂S)cloretos e ácidos orgânicos (do chorume) que corroem metais.

    • Umidade elevada devido à percolação de líquidos.

  • Efeitos:

    • Degradação de eletrodutos, conexões, quadros de distribuição e terminais.

    • Aumento da resistência elétrica, superaquecimento e falhas prematuras.

🔹 Soluções:

  • Usar eletrodutos e conduítes de PVC rígido (em vez de metálicos).

  • Cabos com blindagem anti-corrosiva (ex.: cabos XLPE ou com revestimento termoplástico).

  • Terminais e conectores banhados a ouro ou níquel para evitar oxidação.


2. Risco de Explosão por Acúmulo de Biogás (CH₄ e CO₂)

  • Causas:

    • Metano (CH₄) é altamente inflamável (limite de explosividade: 5% a 15% no ar).

    • Pode infiltrar-se em caixas de passagem, galerias e poços de visita.

  • Efeitos:

    • Faíscas em chaves, disjuntores ou motores podem causar explosões.

🔹 Soluções:

  • Instalações à prova de explosão (Ex-proof) conforme NR-10 e ABNT NBR IEC 60079.

  • Ventilação forçada em ambientes subterrâneos (para dispersar gases).

  • Sensores de gás metano com alarme e desligamento automático.


3. Umidade e Infiltração de Chorume

  • Causas:

    • Solo contaminado com líquidos percolados (chorume) pode infiltrar-se em eletrocalhas, poços e subestações.

  • Efeitos:

    • Curtos-circuitos, vazamentos de corrente e falhas em dispositivos elétricos.

🔹 Soluções:

  • Selagem hermética de passagens de cabos com resinas ou selantes.

  • Caixas de medição e quadros elétricos elevados (fora do solo).

  • Proteção IP66 ou IP67 para equipamentos externos.


4. Instabilidade do Solo e Danos às Infraestruturas Elétricas

  • Causas:

    • Recalques diferenciais do solo podem trincar eletrodutos, dutos enterrados e bases de postes.

  • Efeitos:

    • Rompimento de cabos, mau contato e interrupção de energia.

🔹 Soluções:

  • Eletrodutos flexíveis (para absorver movimentos).

  • Redes aéreas (em vez de subterrâneas) onde possível.

  • Fundações reforçadas para postes e estruturas de suporte.


5. Contaminação Química em Subestações e Aterramentos

  • Causas:

    • Solo contaminado pode reduzir a eficiência do sistema de aterramento.

    • Substâncias químicas corroem malhas de aterramento e hastes de cobre.

  • Efeitos:

    • Aumento da resistência de aterramento, riscos de descargas e falhas em DPS (Dispositivos de Proteção contra Surtos).

🔹 Soluções:

  • Malha de aterramento com materiais resistentes (ex.: aço galvanizado ou cobre estanhado).

  • Uso de composto condutivo (bentonita + grafite) para melhorar contato com o solo.

  • Monitoramento periódico da resistividade do solo (ABNT NBR 15749).


Normas Técnicas Aplicáveis

NormaDescrição
ABNT NBR 5410Instalações elétricas de baixa tensão (requisitos para ambientes agressivos).
ABNT NBR IEC 60079Atmosferas explosivas (proteção contra ignição por gases).
NR-10 (Segurança em Instalações Elétricas)Exige proteção contra riscos em áreas contaminadas.
ABNT NBR 15749Aterramento elétrico em solos corrosivos.

Conclusão

Problemas Principais:

❌ Corrosão acelerada de componentes.
❌ Risco de explosão por metano.
❌ Falhas por umidade e infiltração.
❌ Instabilidade do solo danificando infraestrutura.

Soluções Recomendadas:

✅ Materiais anti-corrosivos (PVC, XLPE, conectores banhados).
✅ Proteção Ex-proof em áreas com biogás.
✅ Vedação e elevação de quadros e caixas.
✅ Aterramento reforçado com monitoramento.

Se o projeto for em área crítica, consultar um engenheiro eletricista especializado e realizar ensaios de resistividade e monitoramento de gases.

11 maio 2025

Construção em lixão e os problemas para estrutura de concreto armado

 

Construção em lixão e os problemas para estrutura de concreto armado


1. Principais Impactos no Concreto Armado

A) Ataque Químico ao Concreto e Armadura

Os resíduos de lixões podem liberar substâncias agressivas que degradam o concreto e corroem a armadura:

  • Sulfatos (SO₄²⁻) → Reagem com o aluminato de cálcio (C3A) do cimento, formando ettringita e gipsita, que expandem e fissuram o concreto.

  • Cloretos (Cl⁻) → Penetram no concreto e corroem a armadura, reduzindo a vida útil da estrutura.

  • Ácidos orgânicos (do chorume) → Baixam o pH do solo, dissolvendo a pasta de cimento.

  • Metais pesados (Pb, Cd, Hg, etc.) → Podem acelerar a corrosão.

🔹 Norma relacionada:

  • ABNT NBR 6118 (Projeto de Estruturas de Concreto) → Exige cobrimentos maiores em ambientes agressivos.

  • ABNT NBR 12655 (Concreto de Cimento Portland) → Define requisitos para concreto em meios químicos agressivos.

B) Gases Corrosivos (Biogás: CH₄ e CO₂)

  • Gás sulfídrico (H₂S) → Em umidade, forma ácido sulfúrico (H₂SO₄), que corrói o concreto.

  • Dióxido de carbono (CO₂) → Carbonatação do concreto, reduzindo a proteção da armadura.

🔹 Solução: Usar concreto com baixa permeabilidade (relação água/cimento ≤ 0,45) e aditivos impermeabilizantes.

C) Assentamentos Diferenciais e Instabilidade do Solo

  • O solo de antigos lixões tem compressibilidade irregular devido à decomposição de matéria orgânica.

  • Pode causar trincas, recalques e fissuras nas fundações e vigas.

🔹 Solução:

  • Fundações profundas (estacas) que ultrapassem a camada de resíduos.

  • Radier estrutural para distribuir cargas em solos heterogêneos.


2. Medidas para Proteger o Concreto Armado

A) Seleção de Materiais Resistentes

  • Cimento Portland tipo:

    • CP III (alto-forno) ou CP IV (pozolânico) → Mais resistentes a sulfatos.

    • CP V-ARI (alta resistência inicial) → Para reduzir fissuração.

  • Cobrimento aumentado (ex.: 50 mm em vez de 25 mm, conforme NBR 6118 para ambientes agressivos).

  • Aditivos:

    • Inibidores de corrosão (para armadura).

    • Sílica ativa ou metacaulim → Reduz permeabilidade.

B) Proteção da Armadura

  • Tinta epóxi ou revestimentos anticorrosivos nas barras de aço.

  • Concreto com baixa permeabilidade (W/C ≤ 0,45).

C) Impermeabilização e Drenagem

  • Membranas asfálticas ou geomembranas sob as fundações.

  • Sistema de drenagem para evitar acúmulo de chorume.

D) Monitoramento Pós-Obra

  • Sensores de corrosão embutidos no concreto.

  • Inspeções periódicas para detectar carbonatação e trincas.


3. Normas Técnicas Aplicáveis

NormaDescrição
ABNT NBR 6118Projeto de estruturas de concreto armado (exige cobrimentos maiores em ambientes agressivos).
ABNT NBR 12655Preparo, controle e recebimento do concreto (especifica resistência e durabilidade).
ABNT NBR 5739Ensaio de resistência à compressão do concreto.
ABNT NBR 15575 (Edificações)Requisitos de desempenho para estruturas em ambientes corrosivos.

Conclusão

Em áreas de antigos lixões, o concreto armado está sujeito a:
✅ Ataque químico (sulfatos, cloretos, ácidos).
✅ Corrosão da armadura (por gases e umidade).
✅ Recalques diferenciais (devido à instabilidade do solo).

Soluções:
✔ Usar cimentos especiais (CP III, CP IV).
✔ Aumentar cobrimento da armadura (≥ 50 mm).
✔ Fundações profundas ou radier.
✔ Monitorar corrosão e recalques.

Se o projeto for crítico, recomenda-se uma análise geotécnica detalhada e consultoria especializada em engenharia de materiais.

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